O espetáculo “Cão sem Plumas” da Cia de Dança Deborah Colker estará em cartaz em Fortaleza nos dias 24 e 25 de março
“Cão sem Plumas” é o mais novo espetáculo da coreógrafa carioca Deborah Colker, que estará em cartaz nos dias 24 e 25 de março, no Teatro do Riomar Fortaleza. Baseado no poema homônimo de João Cabral de Melo Neto, publicado em 1950, o poema acompanha o percurso do rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco. Mostra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites, a vida no mangue, de “força invencível e anônima”. A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno.
“O espetáculo é sobre coisas inconcebíveis, que não deveriam ser permitidas. É contra a ignorância humana. Destruir a natureza, as crianças, o que é cheio de vida”, diz Deborah.
A dança se mistura com o cinema. Cenas de um filme realizado por Deborah e pelo pernambucano Cláudio Assis – diretor de longas-metragens como Amarelo Manga, Febre do Rato e Big Jato – são projetadas no fundo do palco e dialogam com os corpos dos 13 bailarinos. As imagens foram registradas em novembro de 2016, quando coreógrafa, cineasta e toda a companhia viajaram durante 24 dias do limite entre sertão e agreste até Recife.
A jornada também foi documentada pelo fotógrafo Cafi, nascido em Pernambuco. Na trilha sonora original estão mais dois pernambucanos: Jorge Dü Peixe, da banda Nação Zumbi e um dos expoentes do movimento mangue beat, e Lirinha (ex-cantor do Cordel do Fogo Encantado, poeta e ator), além do carioca Berna Ceppas, que acompanha Deborah desde o trabalho de estreia, Vulcão (1994). Outros antigos parceiros estão em cenografia e direção de arte (Gringo Cardia) e na iluminação (Jorginho de Carvalho). Os figurinos são de Claudia Kopke. A direção executiva é de João Elias, fundador da companhia.
Os bailarinos se cobrem de lama, alusão às paisagens que o poema descreve, e seus passos evocam os caranguejos. O animal que vive no mangue está nas ideias do geógrafo Josué de Castro (1908-1973), autor de Geografia da fome e Homens e caranguejos, e do cantor e compositor Chico Science (1966-1997), principal nome do mangue beat. O movimento mesclava regional e universal, tradição e tecnologia. Como Deborah faz.
Para construir um bicho-homem, conceito que é base de toda a coreografia, a artista não se baseou apenas em manifestações que são fortes em Pernambuco, como maracatu e coco. Também se valeu de samba, jongo, kuduro e outras danças populares. “Minha história é uma história de misturas”, afirma ela.
Tendo a Petrobras como mantenedora desde 1995, seu grupo se firmou como fenômeno pop em Velox (1995), Rota (1997) e Casa (1999). Os espetáculos Nó (2005), Cruel (2008), Tatyana (2011) e Belle (2014) trataram de temas existenciais, como os afetos. Em Cão sem plumas, Deborah reúne aspectos de toda a sua carreira.
“Cabem a elegância do clássico, a lama das raízes e o olhar contemporâneo. O nome disso é João Cabral”, diz ela.
Reconhecida internacionalmente, Deborah recebeu em 2001 o Laurence Olivier Award na categoria Oustanding Achievement in Dance (realização mais notável em dança no mundo). Em 2009, criou um espetáculo para o Cirque de Soleil: Ovo. Em 2016, foi a diretora de movimento da cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro.
João Cabral vivia em Barcelona, como diplomata, quando leu numa revista que a expectativa de vida no Recife era menor do que na Índia. A notícia foi o impulso para fazer O cão sem plumas. Publicou em 1953 O rio ou Relação da viagem que faz o Capibaribe de sua nascente à cidade do Recife e, três anos depois, sua obra mais conhecida, Morte e Vida Severina. Sua poesia, das mais importantes do Brasil, é marcada pelo rigor e pela rejeição a sentimentalismos.
CRÉDITOS
Criação, Coreografia e Direção DEBORAH COLKER
Direção Executiva JOÃO ELIAS
Direção de Arte e Cenografia GRINGO CARDIA
Direção Cinematográfica CLÁUDIO ASSIS e DEBORAH COLKER
Direção Musical JORGE DÜ PEIXE e BERNA CEPPAS participação especial LIRINHA
Desenho de Luz JORGINHO DE CARVALHO
Figurino CLAUDIA KOPKE
Fotografia CAFI
Elenco BIANCA LOPES, DILO ALBERTO, FILIPI ESCUDINE, GABRIELA FONSECA, ISADORA AMORIM, JAIME BERNARDES, LEONY BONI, LUAN BATISTA, NATANAEL NOGUEIRA, OLIVIA PUREZA, PAULA DAMIANE, PHELIPE CRUZ, PILAR GIRALDO, SHEILA LOKIEC
Produção Executiva: GABRIELA NEWLANDS e MARIANA CHEW
Assessoria de Imprensa FACTORIA COMUNICAÇÃO
Assistente de Direção e Coreografia JACQUELINE MOTTA
Consultor e Professor de Danças Urbanas FELIPI MOURA
Professores de Ballet Clássico ERIC FREDERIC, ELIZABETH ALEXANDRE, NORA ESTEVES, ALINE MACHADO, JOSÉ RAMOS
Professores de Dança Contemporânea DEBORAH COLKER, JAIME BERNARDES, EDNEI D’CONTI
Realização JE PRODUÇÕES LTDA
Coordenação da tour nordeste 2018 FREE LANCER PRODUCÇÕES E ALTO IMPACTO ENTRETENIMENTO
Patrocínio PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO / SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA
A COMPANHIA
Em 1994, a Companhia de Dança Deborah Colker subia à cena pela primeira vez no palco Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes do país, dividindo a noite com o Momix, o cultuado grupo de Moses Pendleton. Era a edição inaugural da mostra O Globo em Movimento, que se tornaria referência no panorama brasileiro da dança, e Vulcão, o espetáculo de estreia, faria jus ao nome.
A grande explosão, no entanto, viria no ano seguinte com Velox, que em seis meses contabilizava 55 mil espectadores. Um fenômeno que renderia à companhia uma estabilidade precoce. Em 1996, apenas dois anos depois de vir ao mundo, a Cia Deborah Colker era contemplada com o patrocínio exclusivo da Petrobras e ocupava sede própria. No mesmo ano, fazia sua primeira estreia mundial em território estrangeiro. Montado especialmente para a prestigiosa Bienal de Dança de Lyon, Mix cuidaria de projetar internacionalmente o trabalho da companhia carioca, e, cinco anos mais tarde, teria sua excelência chancelada pela Society of London Theatre, arrebatando, na categoria “Outstanding Achievement in Dance” (realização mais notável em dança), o Laurence Olivier Award 2001 – honraria jamais concedida a um artista ou grupo brasileiro.
De lá para cá, a Cia de Dança Deborah Colker percorreu quatro continentes apresentando-se em alguns dos palcos mais importantes do mundo. São doze espetáculos na bagagem e sete em repertório, ao longo desses anos. São eles: VULCÃO (1994), VELOX (1995), MIX (1996) montado a convite da Bienal de Dança de Lyon, ROTA (1997), CASA (1999), 4 POR 4 (2002), NÓ (2005) este espetáculo estreou em Wolfsburg, Alemanha, em parceria com a Autostadt, DÍNAMO (2006), CRUEL (2008), TATYANA (2011), BELLE (2014) e VERO (2016).
O reconhecimento internacional motivou também convites para o desenvolvimento de projetos comissionados fora do Brasil, como foi o caso de Maracanã, especialmente encomendado pela FIFA para a Copa do Mundo 2006 (e posteriormente incorporado ao repertório da cia sob o título de Dínamo), e Ovo, de 2009, uma colaboração de Colker com o Cirque du Soleil. Em 2016, uma das maiores honrarias, uma coreografia de Deborah abriu as Olimpíadas do Rio 2016 mostrando um espetáculo visual representativo da energia do povo brasileiro.
DEBORAH COLKER >> CRIAÇÃO, COREOGRAFIA E DIREÇÃO
Crescida entre a solidão dos estudos de piano clássico e a prática de um esporte coletivo, o voleibol, Deborah Colker começou na dança contemporânea como bailarina do Coringa, grupo da uruguaia Graciela Figueiroa que marcou época no Rio de Janeiro dos anos 1980. A convite da atriz Dina Sfat, Deborah deu início em 1984 àquela que seria a principal vertente de sua carreira nos dez anos subsequentes: diretora de movimento, expressão cunhada para ela pelo encenador Ulysses Cruz.
Em 1994, fundou a companhia que leva seu nome. Antes e depois desse momento, imprimiu sua marca em territórios tão distintos quanto o videoclipe, a moda, o cinema, o circo e o showbiz. Também se destacou no desfile das escolas de Samba do Rio de Janeiro, assinando as coreografias das comissões de frente de grandes agremiações, como Mangueira, Unidos do Viradouro e Imperatriz Leopoldinense. Reconhecida internacionalmente, recebeu em 2001 o Laurence Olivier Award na categoria Oustanding Achievement in Dance (realização mais notável em dança). Em 2009, criou um espetáculo para o Cirque de Soleil: Ovo, uma viagem pelo mundo dos insetos. Em 2016, foi a diretora artística da cerimônia de abertura das Olimpíadas.
SERVIÇO:
Fortaleza: 24 e 25 de março:
Local: Teatro Rio Mar Fortaleza (capacidade 909 lugares)
Produção local: Free Lancer Producções
Horários: Sábado às 21h e domingo às 20h
Duração 1h10 MINUTOS
Classificação LIVRE
Ingressos à venda:
– Bilheteria do Teatro Riomar Fortaleza (Rua Lauro Nogueira, 1500 loja 3001 – L3). Funcionamento: de terça a sábado, das 12h às 21h. Domingos e feriados das 14h às 20h.
– Internet pelo site do www.uhuu.com.
Plateia Baixa A: R$ 160,00 inteira / R$ 80,00 meia
Plateia Baixa B: R$ 140,00 inteira / R$ 70,00 meia
Plateia alta: R$ 120,00 inteira / R$ 60,00 meia
Informações:
85 – 3066-2000 (Teatro Rio Mar Fortaleza)
85 – 3261.0665 (Free Lancer Producções)
Assessoria de Imprensa em Fortaleza:
Divulga Ação – (85) 3458.1235 – imprensa@divulgaacao.com
Ana Peyroton – (85) 99944.2005 – ana@divulgaacao.com